terça-feira, 17 de setembro de 2013

QUAL A LÓGICA EM DESARMAR O CIDADÃO ORDEIRO?

Leis nunca impedirão loucos, terroristas ou criminosos.
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Leis nunca impedirão loucos, terroristas ou criminosos.

Por Bene Barbosa*

Em 2009, um radical islâmico abriu fogo na base militar de Fort Hood, no Texas, matando 12 militares. Só cessou o ataque quando soldados armados o balearam.

Em 2010, um homem com problemas psicológicos invadiu uma escola primária da China e, usando uma faca, matou pelo menos 7 crianças e uma professora. Foi embora e se matou em casa. Naquele ano ataques semelhantes vitimaram mais de 150 crianças e adultos.

Em 2011, um maluco ingressou em uma escola em Realengo, Rio de Janeiro, e matou 12 alunos. Só cessou o ataque ao ser baleado por um policial militar.

Em 2012, um homem mascarado, vestindo roupa camuflada, abriu fogo em um shopping de Portland, nos Estados Unidos. Duas pessoas e o próprio atirador morreram.

Ontem, 16 de setembro de 2013, um homem invadiu uma base militar em Washington, EUA, e matou pelo menos 12 pessoas antes de ser morto pela polícia.

Dos cinco casos citados, os episódios de maior carnificina foram exatamente nos locais que, nos EUA, são chamados de “gun free zones”, ou seja, onde ninguém pode entrar ou permanecer armado. Para deixar claro, embora pareça e seja um contrassenso, áreas militares também não permitem que soldados e servidores entrem ou permaneçam armados em suas dependências.

O local onde o louco assassino teve menor êxito foi no shopping de Portand, onde clientes podem entrar armados. E foi exatamente um desses clientes, um homem que passeava com um amigo e o filho, que sacou sua arma e enfrentou o celerado, que, diante da reação, covardemente correu para dentro de uma loja e se matou.

No mesmo sentido, um outro exemplo: o massacre de Aurora (EUA), em que um homem invadiu uma sala de cinema e matou 12 pessoas. O que se divulgou das investigações deixou claro que ele escolheu um cinema onde, por política da empresa proprietária, não se permitia porte de armas em suas salas. Relatórios da investigação também apontaram que ele identificou cinemas muito mais próximos de sua casa e, até mesmo, salas com mais expectadores ainda, mas ele escolheu exatamente o local onde ele tinha a maior chance de êxito em seu plano macabro.

Cesare Beccaria, em seu livro “Dos Delitos e Das Penas”, de 1764, já deixa clara ineficácia de certas leis. Escreve ele:

“Podem considerar-se igualmente como contrárias ao fim de utilidade as leis que proíbem o porte de armas, pois só desarmam o cidadão pacífico, ao passo que deixam o ferro nas mãos do celerado, bastante acostumado a violar as convenções mais sagradas para respeitar as que são apenas arbitrárias.

Tais leis só servem para multiplicar os assassínios, entregam o cidadão sem defesa aos golpes do celerado, que fere com mais audácia um homem desarmado; favorecem o bandido que ataca, em detrimento do homem honesto que é atacado.”

O que precisa ser entendido é que leis não impedem loucos, criminosos ou terroristas. Só acabam por lhes dar salvo-conduto, a certeza de que suas vítimas estão indefesas. Assim, eles marcham para os massacres com a tranquilidade de um lobo que ataca um rebanho sem qualquer preocupação, diante da inexistência do cão pastor.

*Bene Babosa é especialista em segurança e presidente da ONG Movimento Viva Brasil.


terça-feira, 13 de agosto de 2013

TERÍAMOS LIBERDADE SE AÇÕES DESSE TIPO NÃO TIVESSE SIDO FEITA PELOS MILITARES NA DÉCADA DE 60?

IMAGEM MERAMENTE ILUSTRATIVA

Discurso do Coronel Lício Augusto Maciel na Câmara dos Deputados, em Sessão Solene ocorrida no dia 26 Jun 2005, sobre a guerrilha do Araguaia:


Sr. Presidente, Srs. Congressistas, demais autoridades presentes, minhas senhoras, meus senhores, não é preciso dizer da minha emoção por ter encontrado aqui velhos companheiros de luta, que ainda a estão levando à frente.

Como participante dos acontecimentos que passo a relatar, fiz um resumo dos itens mais perguntados; apenas como itens porque a dissertação será a rememoração dos fatos. Para isso, tirei os óculos, a fim de que aqueles que vou citar me olhem bem no fundo dos olhos e tenham suficiente coragem de afirmar, se for preciso, que tudo o que foi dito aqui é a pura verdade. Se bem que não há necessidade, porque eles mesmos já confirmaram em outras ocasiões.
O primeiro item selecionado se refere à razão da minha escolha para a missão de descobrir o local da guerrilha, que hoje se diz Guerrilha do Araguaia.
Em 1969, após a morte do terrorista Mariguella, em São Paulo, em seus documentos foram feitas várias citações sobre o local da grande área: grande área de treinamento de guerrilha.
Eu estava chegando a Brasília em 1968, já pela segunda vez. No meu passado, em 1954, fiz o curso de pára-quedista e, em seguida, o curso de Forças Especiais da Divisão de Pára-Quedistas, e especializei-me na modalidade Guerra na Selva. Posteriormente, o curso de Operações Especiais foi desenvolvido com outras modalidades e, em seguida, foi criado o Centro de Instrução de Guerra na Selva, CIGS.
Detentor do curso de Forças Especiais e considerado, à época, o elemento com credenciais para desenvolver as operações de selva, percorri milhares de vezes a rodovia Belém-Brasília, de Brasília a Belém, estrada pioneira de barro. Eu e minha equipe, de 3 ou 4 homens, chegamos à conclusão, por indícios, de que a Guerrilha do Araguaia estava naquela área, entre o Bico do Papagaio, Xambioá, Marabá, Tocantinópolis e Porto Franco.
O fato, porém, que nos permitiu chegar à área foi a prisão, em Fortaleza, do guerrilheiro Pedro Albuquerque. Naturalmente, ele está olhando para mim, e eu estou olhando para a câmera, para que olhe no fundo dos meus olhos e confirme que o que eu estou dizendo é verdade. Pedro Albuquerque foi preso quando tentava tirar documentos em Fortaleza. Recolhido ao xadrez, ele tentou suicídio cortando os pulsos. A sentinela, por acaso, passou, viu, deu o alarme e ele foi levado para um hospital da guarnição.
Recuperado o documento de que ele falou, o documento resultante das declarações de Pedro Albuquerque foi enviado diretamente de Fortaleza para Brasília e chegou às mãos do General Bandeira, que imediatamente mandou buscar o preso. Enquanto eu preparava a equipe, o preso chegou, foi incluído na minha equipe, e partimos, junto com Pedro, para o local onde ele dizia que era o inicial: Xambioá.
Chegamos ao Rio Araguaia, pegamos uma canoa grande, com motor de popa, fomos até ao local de Pará da Lama. Pedro deve lembrar muito dele: era uma picada ao longo da floresta no sentido do Xingu. Andamos o dia inteiro. Chegamos ao anoitecer na casa do último morador, com o Pedro sendo levado por nós, livre. Não estava algemado, amarrado ou coisa assim. Ele foi acompanhando nossa equipe. Há várias testemunhas desse episódio aqui presentes, as quais não vou citar, que fizeram parte da minha equipe.
Chegamos à casa de Antônio Pereira, pernoitamos no campo, nos telheiros e, no dia seguinte, às 4h, prosseguimos em direção ao local onde Pedro Albuquerque indicou. Ao chegarmos lá, avistamos três homens, isto é, três elementos, sendo uma mulher, descansando para almoço, presumo. Aproximamo-nos do local só para conversar com eles, para saber o que eles estavam fazendo lá. Eram três e, no nosso grupo, havia seis; então, não tinha problema. Eles fugiram. Chegamos ao local. Fiquei inteiramente abismado com o estoque de comida, de material cirúrgico; havia até oficina de rádio; 60 mochilas de lona, costuradas no local em máquina industrial grande, que tive o prazer de jogar no meio do açude. Tocamos fogo em tudo e voltei sem fazer prisioneiro.
Ora, em qualquer situação, teríamos atirado naqueles homens. Estávamos a 80 metros, um tiro de fuzil os atingiria facilmente. Eles estavam sentados. Mas nosso objetivo não era matar, não era trucidar. Nosso objetivo era saber o que eles estavam fazendo lá. De acordo com Pedro Albuquerque, eram guerrilheiros. Estavam na área indicada por Pedro Albuquerque, que viu toda a operação.
Como disse, destruímos todos os seus aparelhos; metralhamos uma grande quantidade de frutas - melancia, jerimum e muitas outras coisas. Ficamos inteiramente impressionados com a quantidade de comida que havia lá, várias sacas de arroz; havia até oficina de rádio com equipamentos sofisticados. Era uma oficina rústica, não era como bancada de laboratório da cidade, mas funcionava. O gerador, lá atrás, também funcionava.
Voltamos. Deixamos o pessoal fugir, claro. E o Pedro Albuquerque retornou com dois companheiros nossos e foi recolhido ao xadrez de Xambioá. Continuamos nossa missão. Como os três elementos fugitivos avisaram para o resto do grupo do Destacamento C, mais ao sul, em frente a São Geraldo do Araguaia, que estávamos indo para lá, ao chegar lá nós os vimos fugindo com muita carga, até violão levavam. Eles estavam se retirando do Destacamento C, do Antônio da Dina e do Pedro Albuquerque.
Pedro Albuquerque nos levou até o Destacamento C, onde havia estado. Ele fugiu porque os bandidos exigiram que ele fizesse um aborto em sua mulher, que estava grávida. Eles não se conformaram com a ordem, principalmente porque outra guerrilheira grávida tinha sido mandada para São Paulo para ter o filho nas mordomias daquela cidade. Ela era casada com o filho do chefe militar da guerrilha, Maurício Grabois.
Pedro, você está me escutando? Você deve-se lembrar de que declarou isso: que você fugiu porque obrigaram sua mulher a fazer um aborto.
Nós estávamos perseguindo esse grupo e estávamos avançando. Embora chovesse bastante, estávamos nos aproximando. Eles resolveram soltar a carga que estavam levando, e o guia, morador da área, me disse: "Agora, nós não vamos pegar eles porque estão fugindo para a gameleira". E demos uma meia parada, nessa destruição do equipamento deles, quando pressentimos a vinda de alguém na trilha. Nós estávamos andando no meio da mata e esse elemento vinha pela trilha. Nós nos agachamos e, nisso, veio aquele elemento forte, com chapéu de couro, mochila nas costas e facão na cintura. Então, quando ele chegou no meio do nosso grupo, eu dei a ordem: Prendam esse cara!
Não sei, não posso me lembrar, se foi o Cid ou se foi o Cabo Marra que pegou o Genoino. Esse elemento era o Geraldo, posteriormente identificado como Genoino - que naturalmente está me olhando agora. E eu tirei os óculos justamente para ele me reconhecer, porque da minha cara ninguém esquece, principalmente com aquela cara que eu estava na mata, depois de vários dias passando fome e sede, sujo, cheio de barba. Mas é a mesma cara. É o mesmo olhar da hora em que eu encarei ele e disse: "Seu mentiroso! Confesse! Você não tem mais alternativa".
Por que eu descobri que o Genoino era guerrilheiro? Ele se dizia Geraldo e se dizia morador da área. Claro: elemento na área, suspeito, eu mandei deter. Mesmo algemado e com tudo nas costas, uma mochila pesada e grande, ele fugiu. O Cabo Marra deu três tiros de advertência, e ele parou. Mas não parou por causa da advertência, parou porque se emaranhou no cipoal, e o pessoal foi pegá-lo.
Eu perguntei: Por que você está fugindo? Nós apenas estamos querendo conversar com você. Para você não fugir, vamos ter de algemá-lo. "Eu sou morador" - disse ele.
Eu deixei o pessoal especializado em inquirição conversando com o Genoino, até então Geraldo. O pessoal - inclusive está presente um desses companheiros, o Cid - conversou bastante tempo com o Genoino, quando o Cid veio a mim e disse: "Comandante, não tem nada, não". Está bom - respondi. Como eu já estava há muito tempo no mato, já tinha resolvido, intimamente, levar o Genoino preso para Xambioá, mas não disse que essa era minha determinação. Peguei a mochila dele.
Havia um elemento na minha equipe que era especialista em falar com o pessoal da área - já falecido -, um elemento excepcionalmente bom. Rendo minhas homenagens a João Pedro do Rêgo. O João Pedro, apelidado por nós de Jota Peter ou Javali Solitário, onde estiver estará escutando. João Pedro era um homem que falava com o matuto, com o pessoal da área, porque eu, na minha linguagem urbana, não era entendido nem entendia o que eles falavam. O Javali veio a mim e disse: "Ele não tem nada. É morador da área". E disse-me o que tinha lhe dito.
Eu, como homem de selva, peguei a mochila do Geraldo e comecei a abri-la. Tirei pulôver, rede e um bocado de bagulho da mochila do Geraldo, quando encontrei um tubo de remédio no fundo da mochila. Ao pegar aquele tubo e olhar para o Genoino, vi que ele estava lívido, pálido. Eu ainda lhe disse: Companheiro, fique tranqüilo porque nós não vamos fazer nada com você, você é morador da área. E abri o tubo. Lá encontrei material típico de sobrevivência - linha de pesca fina, anzóis. Era material típico de sobrevivência. Como eu havia feito um curso e só sabia teoricamente sobre o assunto, interessei-me por aquele exemplo prático, em um local de difícil acesso na selva amazônica. À medida que eu ia puxando aquelas linhas, o Genoíno - aliás, o Geraldo - ia ficando mais desesperado. E quando eu tirei o tubo, olhei para ele, e ele estava branco como papel. E lá no fundo eu vi um papel pautado, de caderneta, dessas que todo dono de bodega na área anotava as suas vendas.
Cortei uma talisca do meu lado, puxei o papel e lá estava a mensagem do Comandante do Grupamento B da Gameleira, o Osvaldão, para o Comandante do Grupamento C, Antônio da Dina. Estava lá a mensagem que o Genoino transportava para o Antônio da Dina. Era uma mensagem tão curta que ele, como bom escoteiro que era, poderia ter decorado, porque até hoje, mais de 30 anos passados, eu me lembro do que dizia essa mensagem, mas eu quero que ele mesmo diga o que constava nessa mensagem. Era uma dúzia de palavras em linguajar militar, de próprio punho do Osvaldão, que era o Comandante do Grupamento B da Gameleira, o grupamento mais perigoso da guerrilha, como constatamos no desenrolar das lutas.
Foi o grupo que matou o primeiro militar na área. Antes de qualquer pessoa morrer, o grupo do Osvaldão matou o Cabo Rosa, Odílio Cruz Rosa. Depois de esse Odílio Cruz Rosa ser morto, eles mataram mais 2 sargentos e fizeram muito mal aos militares que nada sabiam até então. Só quem sabia era o pessoal de informações. E eu era da área de informações, embora eu operasse à paisana.
Então, o Genoino foi mandado para Xambioá preso. A essa altura ele já deixou de ser detido para ser preso, e disse tudo sobre a área. Quando eu olhei para ele e disse: Você não tem mais alternativa porque aqui está a mensagem. Ele disse: "Eu falo". Eu disse: É bom você falar. Genoino, olhe no meu olho, você está me vendo. Eu prendi você na mata e não toquei num fio de cabelo seu. Não lhe demos uma facãozada, não lhe demos uma bolacha - coisa de que me arrependo hoje.
Um elemento da minha equipe, fumador inveterado, abriu um pacote de cigarro, aproveitou aquele papel branco do verso, pegou um toco de lápis não sei de onde, e o João Pedro começou a anotar o que o Genoino falava fluentemente - nervoso como estava, começou a falar.
Eu me levantei do chão, fui até um córrego próximo beber um pouco d'água. Voltei, o papel estava cheio, com toda a composição da Guerrilha - nomes, locais, Grupo C, ao sul; Grupo B, da Gameleira, perto de Santa Isabel; e Grupo A, perto de Marabá. Eram esse os 3 grupos efetivos, em que se presumiam 30 homens por grupamento, além de um grupo militar comandado por Maurício Grabois.
Peguei aquele papel e ainda comentei com ele: Pô, meu amigo, tu és um cara importante desse negócio aí, hein? E mandei o Geraldo para Xambioá. Ele foi recolhido ao xadrez, posteriormente enviado a Brasília; em seguida, 3 ou 4 dias depois, não me lembro, veio o veredicto da identificação: o guerrilheiro Geraldo era o José Genoino Neto, presente em frente ao vídeo, olhando para os meus olhos - eu sempre tive olhos arregalados; não foi só lá na mata, não. Os meus olhos sempre foram arregalados, principalmente em combate.
Triste notícia veio depois. O grupo do Genoino prendeu um filho do Antônio Pereira, aquele senhor humilde, que morava nos confins da picada de Pará da Lama, a 100 quilômetros de São Geraldo. O filho dele era um garoto de 17 anos, que eu não queria levar como guia, porque ao olhar para ele me lembrei do meu filho que tinha a mesma idade. Então, eu disse ao João: Não quero levar o seu filho. Eu sabia das implicações, ou já desconfiava.
O pobre coitado do rapaz nos seguiu durante uma manhã, das 5h até o meio-dia, quando encontramos os três nos aguardando para almoçar. Pois bem. Depois que nos retiramos, os companheiros do José Genoino pegaram o rapaz e o esquartejaram.
Genoino, aquele rapaz foi esquartejado! Toda a Xambioá sabe disso, todos os moradores de Xambioá sabem da vida do pobre coitado do Antônio Pereira, pai do João Pereira, e vocês nunca tiveram a coragem de pedir pelo menos uma desculpa por terem esquartejado o rapaz! Cortaram primeiro uma orelha, na frente da família, no pátio da casa do Antônio Pereira; cortaram a segunda orelha; o rapaz urrava de dor; a mãe desmaiou. Eles continuaram, cortaram os dedos, as mãos, e no final deram a facada que matou João Pereira.
Esse relatório está no Centro de Instrução Especializada - CIE, porque foi escrito por mim, e eles não abrem para os historiadores com medo de que o relato apareça.
Pois bem. Eles fizeram isso porque o rapaz nos acompanhou durante 6 horas, para servir de exemplo aos outros moradores, de forma que não tivessem contato com o pessoal do Exército, das Forças Armadas.
Foi o crime mais hediondo de que eu soube. Nem na Guerra da Coréia e na do Vietnã fizeram isso. Algo parecido só encontrei quando trucidaram o Tenente Alberto Mendes Júnior. O Tenente se apresentou voluntariamente para substituir dois companheiros que estavam feridos. A turma do Lamarca pegou o rapaz, trucidou-o, castrou-o e o obrigou a engolir os órgãos genitais. O crime contra o João Pereira foi muito mais grave, muito mais horrendo. E eles sabem disso.
Peçam desculpas ao Antônio Pereira, se ele estiver vivo! Tenham a coragem de reconhecer que toda a Xambioá sabe disso!
Genoino preso e identificado, a Guerrilha prossegue. Depois de matar o João Pereira, eles mataram o Cabo Odílio Cruz Rosa; depois do Rosa, eles mataram dois sargentos; depois dos dois sargentos, eles atiraram no Tenente Álvaro, que deve contar a história. Como estou contando a história aqui, Álvaro, conte a sua história.
Na minha versão, o Álvaro deu voz de prisão ao bandido, eles atiram. Outro que estava atrás atirou nas costas do Álvaro, arrancando-lhe a omoplata. Depois desse ferido, houve vários feridos, e finalmente eu fui ferido e tive que sair da área.
Porém, antes, as tropas do Exército saíram da área, vendo que aquele era um movimento mais grave, mais planejado - planejado em Cuba, com as mentes que todos estamos vendo. Sabemos como funciona a mente de um comunista. Um comunista tranqüilo, sem arma na mão, tudo bem. Aquilo é o que ele pensa, e a nossa democracia permite isso. Mas aquele que pega em arma tem de ser trucidado. Um homem que entra numa mata para combater em nome de um regime de Fidel Castro, esse cara tem que ser morto!
A Operação Sucuri fez um levantamento de informações: de que se tratava, qual o valor do inimigo, onde ele estava, enfim, todos os itens necessários para que fosse elaborada uma ordem de operações para o combate da Guerrilha. Isso durou 5 ou 6 meses. Já existe literatura muito boa a respeito.
Elementos militares descaracterizados, à paisana, foram postos dentro da mata, desarmados, com identidade falsa, ao lado dos bandidos. Qualquer um de nós, em sã consciência, reconhece que esses homens são uns heróis. Se me derem uma arma eu vou lá caçá-los de novo hoje. Mas, naquela época, se me tirassem as armas e me botassem na mata, não sei não. No ímpeto da juventude, talvez eu fosse, como eles foram. Eram capitães, tenentes e sargentos.
Terminada a Operação Sucuri, já sabíamos de que se tratava, confirmadas todas ou quase todas as informações que o Genoino tinha dado. Três grupos, comando militar e a chefia em São Paulo, sob o comando de João Amazonas - que fugiu da área ao primeiro tiro. Grande valentia! Herói, João Amazonas! João Amazonas fugiu da área ao primeiro tiro, junto com Elza Monnerat. Deixou lá garotos, estudantes e os fanáticos comunistas, tipo Maurício Grabois, que influenciou seu filho, André Grabois, o personagem central do evento que vou relatar agora.
O combate contra o grupo militar da Guerrilha foi comandado por André Grabois. E a esposa dele, a Criméia, que talvez esteja me olhando, diz que houve uma emboscada. Não houve emboscada. Como o Exército saiu da área para fazer operação de informações, a Operação Sucuri, eles cantaram vitória: "Seu Exército é de fritar bolinho". Muito bem, fritamos bolinho.
Já estava na área e recebi a seguinte ordem: "Vá à região de São Domingos a pé, porque de viatura não se chega lá. Eles destruíram uma ponte na Transamazônica."
Eu peguei a minha equipe e fui para São Domingos. Atravessei o rio. A ponte estava destruída, mas atravessei a vau. Cheguei a São Domingos, o quartel da PM estava incendiado. Ao alvorecer daquele dia - se não me engano, 10 de outubro de 1973 -, eles destruíram e incendiaram o quartel. Deixaram todos os militares nus, inclusive o tenente comandante do destacamento, e pegaram todo o armamento, toda a munição, todo o fardamento. Entraram na mata e deixaram um recado: "Não ousem nos seguir, porque o pau vai quebrar".
Infelizmente, Criméia, seu marido morreu por isso.
Pude ver as suas pegadas bem nítidas, porque eles estavam carregados com cunhetes de munição, fuzis da PM, revólveres, e foi fácil seguir o grupo.
No terceiro dia, para resumir, houve um encontro. Eles estavam tão certos de que o Exército não iria lá que estavam caçando porcos. Às 6 da manhã, eu escutei o primeiro tiro e o grito dos porcos. Às 15 horas houve o combate. Vejam bem o espaço de tempo: de 6 da manhã às 15 horas.
Eu estava a menos de 10 metros do primeiro homem, que era o comandante do grupo, André Grabois, filho de Maurício Grabois. Ele estava sentado, com o gorro da PM que tomou do tenente na cabeça, e vi que tinha a arma na mão. Olhei para os meus companheiros, que vinham rastejando, e perguntei: Será que vamos encontrar um bando de PMs aí? Olhei, eles entraram em posição, e eu me levantei. Quase encostei o cano da minha arma em André Grabois: Solte a arma. Ele deu aquele pulo, e a arma já estava na minha direção. Não deu outra. Os meus companheiros, que chegavam, acertariam o André, caso eu tivesse errado, o que era muito difícil, pois estava a um metro e meio, dois metros dele.
Foi destruído o grupo militar da Guerrilha. Todos eram formados na China, em Pequim, em Cuba. Não me lembro do nome de todos, mas citarei alguns: André Grabois; o pai, Maurício Grabois, que mandou o filho fazer curso em Cuba; o Calatroni, o Nunes. O João Araguaia se entrincheirou atrás de um tronco de árvore e não se mexeu, depois do tiroteio, saiu correndo, sem arma. Ninguém atirou no João Araguaia porque ele estava sem arma. O Nunes estava gravemente ferido, mal falava e, quando o fazia, o sangue corria pela boca, mas ele conseguiu dizer a importância do grupo e citou os nomes - não sei se nome ou codinome - de todos eles: o Zequinha, ele disse: esse é o André Grabois. Estava morto.
Esse foi o primeiro combate de valor contra os guerrilheiros, mas foram desmoralizados. Eles diziam para os soldados não entrarem na mata porque os oficiais não entravam. Ora, o próprio acampamento dos militares ficava no meio da selva.
Em seguida, ocorreu o incidente do dia 23 de outubro, 10 dias depois. Continuando na perseguição ao bando, encontramos pegadas nítidas no chão de um grupo numeroso. Esse grupo do Zé Carlos era do Grupamento A. Fomos encontrar as batidas, depois, soubemos que era do Grupamento B, do Osvaldão. Então, eu já estava a menos de 100 metros do grupo. O guia já estava saindo para a retaguarda. O guia era morador. Ele não tinha nada com a guerra. Ele estava lá auxiliando o Exército a pegar os "paulistas", que era como eles chamavam os guerrilheiros.
Quando o guia começou a retrair, vi que a coisa estava feia, e continuei. Nisso, um dos guerrilheiros retorna, volta inesperadamente, e deu de cara comigo. Eu agachado e ele olhando para mim. Foi quando dei ordem de prisão para ele: Mãos na cabeça. Ele levantou uma mão, e foi quando vi que era uma mulher. Ela levantou uma mão fazendo sinal de... para eu ficar olhando para a mão enquanto ela desamarrava o coldre. Dei 3 ordens de prisão, mas ela não obedeceu. Quando eu vi que ela estava desamarrando o coldre ainda dei 3 ordens para ela - Não faça isso - gritando, pois sempre falei alto, meu tom de voz é esse. Quando ela sacou a arma vi que não tinha jeito e atirei. Acertei a perna dela e ela caiu, caiu feio. Ela não caiu, desmoronou. Ela deu um salto como se tivesse recebido uma patada de elefante. Ela caiu uns 3 metros depois, tal o impacto. Eu corri, ela não estava mais com a arma, estava nos estertores da dor, chorando e gritando. Eu disse: Fica calma que vamos te salvar. Olhei a arma, a selva muito cheia de folhas, não achei a arma. Meu erro: não deixei um sentinela com ela. Éramos poucos, eles eram vinte, eu precisava de gente.
Continuamos a perseguição do grupo, e eles atravessaram o córrego. Resolvi voltar, já estava escurecendo. Quando me agachei ela me atirou à queima roupa. Ela me deu um tiro na mão e acertou na face, que atravessou o véu palatino e se encaixou atrás da coluna, e eu caí. O outro tiro que ela deu acertou o braço do Capitão Curió, Subcomandante da minha equipe. O restante da minha equipe revidou, claro, encerrada a carreira de bandido da Sônia, nome da guerrilheira. Fui carregado em uma rede e transportado na mata.
Altas horas da noite, os soldados que estavam me carregando passaram os seus fuzis para o outro do lado. E o que ia levando 2 fuzis, um fuzil batendo no outro, fazia muito barulho na mata. E era um barulho que se propagava muito a longa distância. Eles armaram uma emboscada, teria sido o fim. Mas, aquele companheiro, com o qual eu brigava tanto pedindo que deixasse de fumar, nos salvou. Ele, que assumiu o comando da equipe, pediu para parar para dar uma pitada. Isso, a uns 50 metros da emboscada. Paramos e ficou aquele silêncio. Eu fui estendido no chão, dentro da rede, sangrava muito, quase desacordado.
Eles, então, achando que havíamos pressentido a emboscada, aqueles valentes guerrilheiros, fugiram. Claro que eles teriam matado todos nós. Não tenham dúvida.
Nós estávamos completamente sem atenção. A minha equipe estava levando o seu comandante quase morto para o primeiro local onde a ambulância poderia alcançar. Na localidade de São José, eles pediram uma ambulância para levar um ferido. De São José, a ambulância me levou para Bacaba, de lá para Marabá e de Marabá para Belém, onde passei uns dias para me restabelecer e ter condições de viajar. Depois fui levado para Brasília onde fui operado. A operação se revestia de cuidados especiais, porque, do contrário, eu ficaria paraplégico para o resto de minha vida. Graças a Deus, as seqüelas foram muito menores e hoje eu estou falando aos senhores aqui, com muita honra.
É muito difícil falarmos em conclusões de uma luta de 4 anos. Citarei apenas 2 itens das conclusões. Permitam-me que os leia. Por isso, coloquei os óculos. Não há mais necessidade de os bandidos me olharem no fundo dos olhos. Estou à disposição deles, a qualquer momento. Quem quiser confirmar comigo o que disse, o meu endereço está na Internet. Terei muita satisfação em olhar no fundo dos olhos deles e repetir tudo o que acabei de dizer aos senhores: nada temos a esconder.
Primeira conclusão: tenho imenso orgulho de ter participado dessa luta, por ter agido positivamente para evitar que os guerrilheiros do PCdoB implantassem no País um regime comunista igual ao de Cuba, com paredão e tudo - e esse risco não acabou.
Segunda conclusão: além de prestar homenagem às bravas esposas dos militares, tanto daquela época quanto da atual, estendo aos membros da minha valorosa equipe a honra de que estou sendo alvo presentemente.
Muito obrigado.

Fonte: ternuma

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

PRECISAM DE MAIS ESCLARECIMENTO SOBRE OS MILITARES?


RESPOSTA DO GENERAL DE DIVISÃO REFORMADO DO EXÉRCITO FRANCISCO BATISTA TORRES DE MELO À MIRIAM LEITÃO

A verdade sufocada

À Senhora Jornalista Miriam Leitão

Li o seu artigo "ENQUANTO ISSO", com todo cuidado possível. Senti, em suas linhas, que a senhora procura mostrar que os MILITARES BRASILEIROS de HOJE, são bem diferentes dos MILITARES BRASILEIROS de ONTEM.

Penso que esse é o ponto central de sua tese. Para criar credibilidade nas suas afirmativas, a senhora escreveu: "houve um tempo em que a interpretação dos militares brasileiros sobre LEI E ORDEM era rasgar as leis e ferir a ordem. Hoje em dia, eles demonstram com convicção terem aprendido o que não podem fazer".

Permita-me discordar dessa afirmativa de vez que vejo nela uma injustiça, pois fiz parte dos MILITARES DE ONTEM e nunca vi os meus camaradas militares rasgarem leis e ferir a ordem. Nem ontem nem hoje. Vou demonstrar a minha tese.

No Império, as LEIS E A ORDEM foram rasgadas no Pará, Ceará, Minas, Rio, São Paulo e Rio Grande do Sul pelas paixões políticas da época. AS LEIS E A ORDEM foram restabelecidas pelo Grande Pacificador do Império, um Militar de Ontem, o Duque de Caxias, que com sua ação manteve a Unidade Nacional. Não rasgamos as leis nem ferimos a ordem. Pelo contrário.

Vem a queda do Império e a República. Pelo que sei, e a História registra, foram políticos que acabaram envolvendo os velhos Marechais Deodoro e Floriano nas lides políticas. A política dos governadores criando as oligarquias regionais, não foi obra dos Militares de Ontem, quando as leis e a ordem foram rasgadas e feridas pelos donos do Poder, razão maior das revoltas dos tenentes da década de 20, que sonhavam com um Brasil mais democrático e justo.

Os Militares de Ontem ficaram ao lado da lei e da Ordem. Lembro à nobre jornalista que foram os civis políticos que fizeram a revolução de 30, apoiados, contudo, pelos tenentes revolucionários, menos Prestes, que abraçou o comunismo russo.

Veio a época getuliana, que, aos poucos, foi afastando os tenentes das decisões políticas. A revolução Paulista não foi feita pelos Militares de Ontem e sim pelos políticos paulistas que não aceitavam a ditadura de Vargas.

Não foram os Militares de Ontem que fizeram a revolução de 35 (senão alguns, levados por civis a se converterem para a ideologia vermelha, mas logo combatidos e derrotados pelos verdadeiros Militares de Ontem); nem fizeram a revolta de 38; nem deram o golpe de 37.

Penso que a senhora, dentro de seu espírito de justiça, há de concordar comigo que foram as velhas raposas GETÚLIO - CHICO CAMPOS - OSWALDO ARANHA e os chefetes que estavam nos governos dos Estados, que aceitaram o golpe de 37. Não coloque a culpa nos Militares de Ontem.

Veio a segunda guerra mundial. O Nazismo e o Fascismo tentam dominar o mundo. Assistimos ao primeiro choque da hipocrisia da esquerda. A senhora deve ter lido - pois àquela época não seria nascida -, sobre o acordo da Alemanha e a URSS para dividirem a pobre Polônia e os sindicatos comunistas do mundo ocidental fazendo greves contra os seus próprios países a favor da Alemanha por imposição da URSS e a mudança de posição quando a "Santa URSS" foi invadida por Hitler.

O Brasil ficou em cima de muro até que nossos navios (35) foram afundados. Era a guerra, a FEB e seu término. Getúlio - o ditador - caiu e vieram as eleições. As Forças Armadas foram chamadas a intervir para evitar o pior. Foram os políticos que pressionaram os Militares de Ontem para manter a ordem.

Não rasgamos as leis nem ferimos a ordem. Chamou-se o Presidente do Supremo Tribunal Federal para, como Presidente, governar a transição. Não se impôs MILITAR algum.

O mundo dividiu-se em dois. O lado democrático, chamado pelos comunistas de imperialistas, e o lado comunista com as suas ditaduras cruéis e seus celebres julgamentos "democráticos". Prefiro o primeiro e tenho certeza de que a senhora, também. No lado ocidental não se tinham os GULAGs.

O período Dutra (ESCOLHIDO PELOS CIVIS E ELEITO PELO VOTO DIRETO DO POVO) teve seus erros - NUNCA CONTRA A LEI E A ORDEM - e virtudes como toda obra humana.
A colocação do Partido Comunista na ilegalidade foi uma obra do Congresso Nacional por inabilidade do próprio Carlos Prestes, que declarou ficar ao lado da URSS e não do Brasil em caso de guerra entre os dois países. Dutra vivia com o "livrinho" (a Constituição) na mão, pois os políticos, nas suas ambições, queriam intervenções em alguns Estados, inclusive em São Paulo. A senhora deve ter lido isso, pois há vasta literatura sobre a História daqueles idos.

Novo período de Getúlio Vargas. Ele já não tinha mais o vigor dos anos trinta. Quem leu CHATÔ, SAMUEL WEINER (a senhora leu?) sente que os falsos amigos de Getúlio o levaram à desgraça, eles eram políticos. Os Militares de Ontem não se envolveram no caso, senão para investigar os crimes que vinham sendo cometidos sem apuração pela Polícia; nem rasgaram leis nem feriram a ordem.

Eram os políticos que se degladiavam e procuravam nos colocar como fiéis da balança. O seu suicídio foi uma tragédia nacional, mas não foram os Militares de Ontem os responsáveis pela grande desgraça, sabe bem disso!

A senhora permita-me ir resumindo para não ficar longo. Veio Juscelino e as Forças Armadas garantiram a posse, mesmo com pequenas divergências. Mais uma vez eram os políticos que queriam rasgar as leis e ferir a ordem e não os Militares de Ontem.
Nessa época, há o segundo grande choque da esquerda. No XX Congresso do Partido Comunista da URSS (1956) Kruchov coloca a nu a desgraça do stalinismo na URSS. Os intelectuais esquerdistas ficam sem rumo.

Juscelino chega ao fim e seu candidato perde para o senhor Jânio Quadros, a Esperança da vassoura, Desastre total. Não foram os Militares de Ontem que rasgaram a lei e feriram a ordem. Quem declarou vago o cargo de Presidente foi o Congresso Nacional. A Nação ficou ao Deus dará. Ameaça de guerra civil e os políticos tocando fogo no País e as Forças Armadas divididas pelas paixões políticas, disseminadas pelas "vivandeiras dos quartéis" como muito bem alcunhou Castello.

Parlamentarismo, volta ao presidencialismo, aumento das paixões políticas, Prestes indo até Moscou afirmando que já estavam no governo, faltando-lhes apenas o Poder. Os militares calados e o chefe do Estado Maior do Exército (Castello) recomendando que a cadeia de comando deveria ser mantida de qualquer maneira. A indisciplina chegando e incentivada dentro dos Quartéis, não pelos Militares de Ontem e sim pelos políticos de esquerda; e as vivandeiras tentando colocar o Exército na luta política.

Revoltas de Polícias Militares, revolta de sargentos em Brasília, indisciplina na Marinha, comícios da Central e do Automóvel Clube representavam a desordem e o caos contra a LEI e a ORDEM. Lacerda, Ademar de Barros, Magalhães Pinto e outros governadores e políticos (todos civis)incentivavam o povo à revolta. As marchas com Deus, pela Família e pela Liberdade (promovidas por mulheres) representavam a angústia do País. Todo esse clima não foi produzido pelos MILITARES DE ONTEM. Eles, contudo, sempre à escuta dos apelos do povo, pois ELES são o povo em armas, para garantir as Leis e a Ordem.

Minas desce. Liderança primeira de civil; a era Magalhães Pinto. Era a contra-revolução que se impunha para evitar que o Brasil soçobrasse ao comunismo. O governador Miguel Arraes declarava em Recife, nas vésperas de 31 de março: haverá golpe, só não sabemos se deles ou nosso.
Não vamos ser hipócritas, a senhora, inteligente como é, deve ter lido muitos livros que reportam a luta política daquela época (exemplos: A Revolução Impossível de Luis Mir - Combates nas Trevas de Jacob Gorender - Camaradas de William Waack - etc) sabe que a esquerda desejava implantar uma ditadura de esquerda. Quem afirma é Jacob Gorender. Diz ele no seu livro: "a luta armada começou a ser tentada pela esquerda em 1965 e desfechada em definitiva a partir de 1968".
Não há, em nenhuma parte do mundo, luta armada em que se vão plantar rosas e é por essa razão que GORENDER afirma: "se quiser compreendê-la na perspectiva da sua história, A ESQUERDA deve assumir a violência que praticou". Violência gera violência e os políticos sempre jogam a responsabilidade em manter a ordem aos militares. Afinal eles levaram a desordem.

Castello, Costa e Silva, Médici, Geisel e João Figueiredo com seus erros e virtudes desenvolveram o País.
Não vamos perder tempo com isso. A senhora é uma economista e sabe bem disso.
Veio a ANISTIA e João Figueiredo dando murro na mesa e clamando que era para todos, pois Ulisses Guimarães não desejando que Brizolla, Arraes e outros pudessem tomar parte no novo processo eleitoral, para não lhe disputarem as chances de Poder. João bateu o pé e todos tiveram direito, pois "lugar de Brasileiro é no Brasil", como dizia.
Não esquecer o terceiro choque sofrido pela a esquerda: Queda do Muro de Berlim, que até hoje a nossa esquerda não sabe desse fato histórico.

DIRETAS JÁ! Sarney, Collor com seu desastre, Itamar, FHC, LULA e chegamos aos dias atuais.
Os Militares de Hoje, silentes, que não são responsáveis pelas desgraças que vivemos agora, mas sempre aguardando a voz do Povo.
Não houve no passado, nem há, nos dias de hoje, nenhum militar metido em roubo, compra de voto, CPI, dólar em cueca, mensalões ou mensalinhos. Não há nenhum Delúbio, Zé Dirceu, José Genoíno, e que tais. A corrupção e a desordem estão ficando acima da lei e da ordem!
O que já se ouve, passamos a escutar, é o povo dizendo: SÓ OS MILITARES PODERÃO SALVAR A NAÇÃO.
Pois àquela época da "ditadura" era que se era feliz e não se sabia... Certo, houveram excessos contra os civis. Então me diga: Como controlar o que o país vivia naquela época? Com vários grupos, uns querendo o comunismo, outro o socialismo, outro o presidencialismo e a maioria a democracia. Se chegaria a um concenso na conversa? Existia controle social para tal?
Mas os Militares de Hoje, como os de Ontem, não querem ditadura, pois são formados democratas. E irão garantir a Lei e a Ordem, sempre que preciso.

Os militares não irão às ruas sem o povo ao seu lado. OS MILITARES DE HOJE SÃO OS MESMOS QUE OS MILITARES DE ONTEM. A nossa desgraça é que políticos de hoje (olhe os PICARETAS do Lula!) - as exceções justificando a regra - são ainda piores do que os de ontem. Estamos sem ética e sem moral, estão esquecendo os bons princípios e mais, os políticos são despudorados.
O Brasil vem sofrendo, não por conta dos MILITARES, mas de ALGUNS POLÍTICOS - uma corja de canalhas, que rasgam as leis e criam as desordens, desrespeitam a todos e só pensam na sobrevivência política, independente do preço a ser pago pelo povo!

Como sei que a senhora é uma democrata, espero que publique esta carta no local onde a senhora escreve os seus artigos, que os leio atenta e religiosamente, como se fossem uma Bíblia. Perfeitos no campo econômico, mas não muitos católicos ou evangélicos no campo político por uma razão muito simples: quando parece que a senhora tem o vírus de uma reacionária de esquerda.

Atenciosa e respeitosamente,
GENERAL DE DIVISÃO REFORMADO DO EXÉRCITO FRANCISCO BATISTA TORRES DE MELO

12 de março de 2012


segunda-feira, 29 de julho de 2013

SUPOSTA CONVERSA DE UM HUMANO COM UM ET EM 1952. SERIA ISSO REAL?

DISPERSÃO DE ESFORÇOS DO HOMEM

P. — O que pensa o amigo sobre nós? Poderia apontar os nossos pontos fracos? Num jogo de cartas, quem está fora sabe qual é o lance que deve ser feito, melhor que os que jogam. E' claro que o seu julgamento seria isento de ânimo. Que devemos fazer no sentido do progresso, para alcançar a felicidade?
R. — Você quer ser feliz, e pensa que o progresso material é a palavra mágica que faz a rocha brotar água. Não é a posse de bens ou de conhecimento que pode tornar o homem feliz ou infeliz. Os animais não têm posse nem conhecimento, mas são felizes como Deus os fez. O selvagem, no seu habitat, vive tranqüilo, não obstante sua pobreza e ignorância. Provavelmente não trocaria o seu desconforto e falta de conhecimento pela ilustradíssima casaca de um sábio que toma parte em simpósios científicos.
A verdadeira felicidade humana deve estar em compreender que Deus a reservou para um glorioso destino, na submissão às leis do Criador, no sentimento de amor para com os circunstantes. De que serve o homem ter tudo e tudo saber, dominar todas as forças da natureza se não é capaz de manter domínio no seu coração?
Muitos homens de ciência se ergueram no mundo, e arrogantemente se sentiram superiores aos outro homens. Mas morreram, e Seus princípios foram depois mostrados que eram inexatos. Deles ficou a lembrança de indivíduos que pensavam tudo saber, mas que estavam enganados e que nem mesmo conheciam a si próprio.
Outros ficaram célebres pela posse de bens, materiais, mas a morte destruiu ó seu império e no último instante sentiram-se infelizes como ninguém vendo que viveram na ilusão. Com ciência e dinheiro ninguém
morreu feliz.
Entretanto, os que revelaram a sabedoria através do amor ainda perduram no coração humano, tendo expirado felizes e assim vivido. Maria de Nazareth, Florence Nightingale, João o Evangelista, ainda estão vivos como indivíduos veros, fazendo que a luz do seu amor ilumine a vida de muitos. Pode ficar certo, que o santo terrestre Francisco de Assis está numa altura tão elevada que o sábio que fez a bomba atômica jamais lhe pode tocar a planta dos pés. E ele era ignorante...
Há homens de muitos bens na Terra. Todavia, a sua riqueza não impede que um filho se torne homicida ou ladrão. Nesse caso a riqueza o fez feliz?... Esse homem rico manda o filho a uma universidade, e depois de alguns anos ele volta ilustrado e com um título. Mas acaso um título faz do indivíduo um homem de bem?
Quantos advogados há que são ladrões? Quantos médicos assassinos e quantos engenheiros estelionatários? Quantos religiosos imorais?
Eu acredito que um pai sentir-se-ia feliz sem ter nada para comer, tendo no filho um modelo de virtudes, que afundado em dinheiro ver o filho preso como ladrão ou assassino.
P. — Eu sei que a elevação moral é superior a tudo. Mas eu queria saber do nosso ponto de vista material, com exclusão da parte moral, quais as falhas principais dos nossos métodos, o que é capaz de entravar; o nosso futuro.
R. — Ninguém pode excluir do progresso a questão moral. Mas já que você deseja conhecer os efeitos e não a causa, vou apontá-los:
O mal humano é nunca saber andar sem estar com os olhos voltados para o caminho percorrido. A conseqüência é petrificar-se numa estátua de sal, como a mulher de Lot. Espírito conservador por excelência, o homem prefere viver na saudade de um tempo que jamais pode voltar, do que na esperança de um futuro radioso. Teme o dia seguinte, em vez de auxiliar o futuro a preparar-lhe o caminho. Despende enormes esforços com o que não pode ajudá-lo; gasta tempo precioso a cultuar inutilidades.
Por exemplo, gastam dinheiro, tempo do professor, tempo do aluno, despesas de instalações, fosfato, para ensinar línguas mortas, que já deviam estar sepultadas. Para ensinar coisas inúteis gastam papel, tinta, impressos, giz e mil outras coisas que podiam ser mais bem aproveitadas. Porque, em vez de uma língua extinta, não ensinam o processo da fotossíntese? Mais vale saber o que significa uma gradiente potencial ou uma somatória de junções do que conhecer todas as declinações de uma língua extinta. Mas em vez de desvendarem o futuro que é grandioso, preferem viver entre as múmias da história, desenterrando caveira para injetar-lhes vida fictícia.
Há uma infinidade de coisas que as crianças nunca ouviram falar, e que possivelmente jamais ouvirão. No lugar de oratória, mostrem-lhes como se cultivam as cebolas e os aipos. Ensinem-lhes que o milho, além de bom alimento, usa-se o tronco e palhas para obter-se o furfural, a viscose, xilose, ácido ascético, sabão, álcool, celulose, açúcar, placas, tecidos, combustível, celulose alfa etc., e que nunca devemos enterrar o tronco e as palhas porque não se prestam para Adubo e perpetuam no solo certas pragas.
Digam-lhes o que quer dizer potencial hidrogeniônico do solo, como se corrige a acidez, quais as necessidades da terra em nitrogênio, césio, cobalto, enxofre, manganês, fósforo. Mostrem-lhes que os hormônios vegetais podem produzir folhas de couve com três metros de altura, maçãs com vários quilos, tão tenras, como pêssegos. Ensinem-lhes que a luciferina, combinada com hormônios vegetais e enzimas, faz que as flores produzam luz esverdeada como lâmpadas elétricas, e que as rosas assim tratadas se tornam gigantes reluzentes.
As crianças podem se esquecer dos nomes dos grandes devastadores da humanidade, mas nunca esquecerão que é possível transformar a luz solar, quase integralmente, em energia utilizável, fazendo-a passar por um gás carbono que se une à água, formando o aldeído fórmico; e que o aldeído oxidado restitui a luz solar em forma de corrente elétrica.
Muito mais beleza existe no ponto de viragem da química do que na matéria referente à destruição de Cartago
Milhões de indivíduos morrem de câncer, enquanto nas escolas ensinam às crianças as cores das bandeiras das nações, brutalizando o inato sentimento gregário do homem, que desconhece, intuitivamente, às barreiras artificiais que o poder econômico ergue no mundo. Em vez de decorarem a palavra China, que aprendam césio; em lugar de França, Brasil, Estados Unidos, União Soviética, conheçam nitrogênio, fósforo, enxofre, ferro. Ensinem que esses elementos, entre outros, produzem as proteínas, e que estas, unidas a um núcleo de césio, formam o fator anticancerígeno que o fígado normalmente compõe. Digam-lhes que essas mesmas proteínas, unidas ao cobalto, são o fator anti-anêmico, conhecido como vitamina B12. Em vez de tecerem loas ao poder destrutivo de um invasor, mostrem-lhes que o hidrogênio pesado é um dos principais responsáveis um elétron, tornando-o hidrogênio simples e­ inofensivo. Deem-lhes estatísticas indicativas que demonstrem que o câncer ataca mais as pessoas crianças ou velhas, que não têm ainda o poder viril ou que já o esgotaram, e que assim o sexo é uma arma de defesa orgânica e os seus hormônios não devem ser desperdiçados por mera satisfação dos instintos.
Ensine-se que em vez de bebidas, era preferível que se tomasse extrato hepático com enzimas, porque estes elementos fazem o câncer regredir.
Eu me admiro de uma humanidade que ainda não descobriu o fator anti-tuberculoso, vá a uma escola decorar figuras de retórica e aprender peroração. Isso devia constituir passa-tempo de quem não tem problemas mortais que devastam milhões de pessoas. É o mesmo que um homem, que estivesse às vascas da agonia, se postasse a estudar a métrica dos versos alexandrinos.
Mas tudo isso reunido ainda não constitui o maior pecado humano. A dispersão de esforços atinge um grau impressionante. Eu não tenho todos os elementos estatísticos do mundo, nem do seu país, mas podemos fazer um cálculo aproximado: Há neste país cerca de 50.000.000 de criaturas. Desse número, 30 milhões são constituídos de crianças ainda não produtivas; 10 milhões são representados por mulheres, e só restam 10 milhões de homens.
Nesse número se incluem velhos aposentados e desocupados, mendigos, tuberculosos, leprosos, loucos, aleijadas, cegos, ladrões, penitenciários, desempregados, desajustados. Grande parte se de diabos ramos especulativos, sem nada produzir, como atacadistas, varejistas, empregados de balcão, corretores de imóveis e de títulos advogados, banqueiros e bancários etc. Outra
parte se ocupa em atividades tais como policiais, exército, marinha, aeronáutica, magistrados e seus auxiliares, pessoal diplomático, funcionalismo público, etc. Restam apenas uns dois milhões de homens produtivos, que se dividem entre a agricultura e a indústria. Restaria ver se esse pessoal, que se dedica à agricultura, também é produtivo no bom sentido do termo, e se as indústrias são aquelas que realmente o país precisa. De qualquer maneira, porém, supondo que esses homens fossem produtivos, teríamos 2 milhões para 50 milhões, ou seja 1 homem trabalhando para 25 — o que é absurdo se considerarmos que esse indivíduo, que produz para 25, é o de menos recurso, sem máquinas que o auxiliem, sangrado, escorchado pelos que vivem do seu suor e que mantêm um elevado padrão de vida.
Do número de 1 milhão que se dedica à vida do campo, grande parte ainda prejudica a sociedade, pois produz fumo, maconha ou se dedica à engorda de animais que destroem a terra ou vão depois intoxicar a humanidade com a carne.
Dos que se dedicam à indústria, podemos dizer outro tanto. As indústrias são boas, e as chaminés são os pulmões que expelem o carbono do organismo social. Mas o esforço humano nesse sentido é quase nulo.
Quando fazem fábricas, nem sempre é para solucionar os problemas fundamentais. A grande maioria se dedica à fabricação de cosméticos, jóias, inúteis cintos para mulheres, bolsas sem finalidade, chapéus que realçam a vaidade, batons, esmalte de unhas, sapatos que fazem mal aos pés e atacam os músculos do ventre, meias que não protegem, cigarro para envenenar o organismo, chicletes de mascar, bolas de futebol, arma de caça e violência pessoal, munições, material decorativo, molhos irritantes, bebidas alcoólicas etc., Quando há um sem número de outras coisas úteis e necessárias, que podiam ser fabricadas em grande quantidade, como agasalhos em abundância, remédios, neutralizantes de ervas, hormônios vegetais sintéticos, aparelhos para captar energia, fogões eletrônicos, alimentos concentrados para socorrer populações flageladas, livros de ciência e filosofia, sapatos plásticos, instrumentos cirúrgicos e ortopédicos, adubos, plantadeiras e colhedeiras mecânicas, neutralizantes de insetos, casas pré-fabricadas, móveis indestrutíveis, melhores colchões, aparelhos de sondagem do solo, precipitadores de azoto e etc, etc.
Mas façamos caso omisso de toda essa dispersão de esforços e vejamos como vocês empregam o suor desses 2 milhões, que bem ou mal fazem alguma coisa:
Suponho que a despesa do seu país orce, anualmente, pela casa dos 65 bilhões de cruzeiros. Dessa importância, 45 bilhões são gastos com as forças armadas, 15 bilhões são despendidos com o funcionalismo, assembleias, juros da dívida pública, amortizações, banquetes despesas governamentais, ministério do exterior, viagens protocolares, máquina eleitoral etc.
Resta uma pequena parte que se dedica a bons fins, como a educação, saúde e agricultura.
Imagine se todo esse potencial econômico fosse revertido na construção de estradas, escolas, hospitais, igrejas, centros de pesquisas, saneamento, indústrias novas, habitação, agasalho, medicamentos, transporte... Calcule se toda essa imensa legião de desocupados que se vê perambulando pelas ruas durante o dia passasse a ser uma nova fonte de produção.
Toda a verba consumida pela República ainda não é tudo. E as despesas estaduais? Já verificou todo o dinheiro gasto com o governo, funcionalismo público, polícia? Quantos policiais há só no seu estado? Fique certo que só despesa com os cavalos mantidos para os desfiles daria para alimentar e agasalhar uma multidão de famintos que perambulam pelas ruas sob o sereno e a chuva. E parece irônico que numa sociedade cujos membros sofrem fome e frio, vivam cavalos com rações balanceadas, cobertos com boas mantas de lã. .
Necessário a polícia? Sim, necessário. É a necessidade do estado policiado que falava Rousseau. Mas se o é foi porque os homens a fizeram imprescindível. Se um povo gasta o seu suor com coisas más, da sua leviandade vem a miséria, o roubo e o assassinato. Houvesse abundância, e ninguém pensaria em matar ou roubar. No fundo de toda a exaltação dos instintos humanos está o dinheiro, porque através dele vêm os recalques, a ganância, a voracidade dos lucros, a falta de misericórdia. Se há o roubo, não é porque o ladrão tenha amor ao crime, a não ser exceções, mas porque sente-se roubado pela sociedade que lhe arrebatou o direito de ter a sua casa, poder plantar sem pagar aluguel a ninguém e gozar amplamente da liberdade que a natureza nunca regateou.
Devido ao sistema de vida atual, o gasto de combustíveis é alarmante. Os automóveis, com capacidade para muitas pessoas, correm com um único indivíduo, que na maior parte das vezes está se divertindo, enquanto o outro que trabalha não tem meios de locomoção. O voraz desejo de lucro e o comércio criam necessidades de gasolina, óleos, pneus etc. Modificassem a sociedade, e veriam desaparecer os carros que atravancam as ruas na hora do "rush". Não só haveria economia de combustíveis, mas de automóveis.
O homem poderia trabalhar menos de um ano em toda a sua vida e viver melhor que o mais rico da Terra.
Mas para a sociedade humana até o progresso é perigoso. Evolua a cibernética, e os homens morrerão de fome devido ao desemprego. Entretanto, até o serviço manual que hoje fazem, poderia ser executado por cérebros eletrônicos obedientes, prestativos e incansáveis. Esses "robôs" podiam arar, semear, lançar inseticidas, adubar, podar, colher, beneficiar. Se vissem uma planta doente, saberiam julgar se convinha que ela fosse tratada ou se apresentava perigo para as outras e devia ser sacrificada. Essas máquinas atingiriam um grau de aperfeiçoamento que automaticamente dirigiriam os veículos terrestres, sem perigo de atropelo ou acidentes, pilotariam os aviões com segurança, comunicando à base terrestre, possíveis defeitos e tomando as medidas de reparação em pleno voo. Mediriam o metabolismo e se comportariam como médicos, fornecendo, inclusive, energias restauradoras.
Com muito menos do que gastam com cigarros todos os anos acabariam com o câncer. Com um décimo do dinheiro empregado em bebidas fariam sumir a lepra da face da terra, e a tuberculose não mais seria nomeada nas estatísticas.
O controle da atmosfera poderia regular o clima, evitando as catástrofes coletivas e salvando as colheitas.
Células elétricas poderiam ser colocadas nas ruas, que absorveriam todo, o ruído cuja vibração fosse de natureza irritante.
O ensino podia ser modificado. Naturalmente, com uma modificação fundamental, enviaria os professores para casa, e na atual situação do mundo seria uma péssima coisa, pois essas criaturas iriam passar sérias privações.
Hoje um indivíduo gasta o melhor da sua vida debruçado sobre os livros, indo dos 7 aos 30 anos, e no fim vê desolado que nada aprendeu e que muito ainda tem pela frente. A própria vida é curta para aprender. Todavia, usando o sonambulismo com verdadeiro espírito científico, podia ser modificado o panorama do ensino. Em algumas horas uma criança podia aprender toda uma ciência, que atualmente demanda tempo e rouba o verdor dos anos. E aprenderia com o máximo de exatidão.
Bastaria que a deixássemos cair num sono hipnótico dirigido, sob a ação de um medicamento como a canábis sativa ou a combinação de clorofórmio e morfina, aplicados em intervalos, e um professor de psicologia lhe ditasse ao ouvido toda a matéria a ser aprendida. Isto podia ser feito em grande escala, a milhares de alunos ao mesmo tempo, fazendo uso de fones no ouvido dos sonâmbulos. Seria mais cômodo, fácil, barato, não levaria tempo e não sacrificaria a criança com longas lições, impertinências dos professores e outros inconvenientes do atual sistema. O aluno podia ir cedo para o colégio, dormir e voltar com o pergaminho de doutor em ciência metido no bolso.
Seria pouco o tempo para aprender? Não podia o professor ditar-lhe, nesse prazo, toda uma matéria científica? O espírito desconhece as relações de espaço e tempo, e para ele toda uma eternidade pode ser resumida num segundo e um segundo transformar-se numa eternidade inteira e sem fim. Crie-se um sistema de transmissão rápido. O pensamento humano é irradiado numa faixa de cinco milímetros. Envie-lhe mensagens elétricas nessa faixa, em ondas sucessivas, e toda a ciência humana poderá ser transmitida em pouco tempo.
O mesmo método devia ser empregado para dissipar as tendências atávicas e o pendor para o crime, No sono hipnótico a mente se torna dócil, apta para aprender e julgar o proveito das boas lições. Podiam ir mais além e derrubar a barreira "O", que existe entre o consciente e o inconsciente humano, e todo o conhecimento de espírito livre afloraria ao consciente do paciente como uma bagagem presente. Entretanto, essa tentativa requer certa técnica, que só com o tempo pode ser aprendida inteiramente, porque há o perigo de desaparecer da mente a relação do tempo.
As penitenciárias podiam ser esvaziadas, primeiro porque destruindo da mente humana a tendência para o crime, não existiriam mais os malfazejos; segundo porque os criminosos seriam reeducados pelo processo sonambúlico e reintegrados na sociedade.
Modificada em seu arcabouço, a sociedade venceria os prejuízos morais que tolhem os seus passos. O homem venceria a morte, ressuscitando os seus mortos. Não haveria nem a velhice sobre a Terra.
P. — Ressuscitar os mortos como?
R. — Para vencer a morte é preciso conhecer os fundamentos da vida. O que dá vida ao corpo é o espírito. Ora, mas este se liga àquele através de laços
magnéticos.
Num solenoide, a corrente circulando provoca o aparecimento de um campo que atrai o ferro para o interior da bobina. Todo campo necessita de um núcleo que lhe receba as linhas de força geradas. Atraindo o ferro, o solenoide pode ser virado de todos os lados que o núcleo não se desprende. Não há nenhum laço visível que o prenda, mas meras linhas de força, na proporção de algumas mil, que não se vê à vista desarmada.
O que se passa entre o ferro e o solenoide é idêntico ao espírito e o corpo. Este é o solenoide, cuja corrente é mensurável pela encefalografia; aquele é o núcleo de ferro atraído.
Se o campo magnético, formado pelo corpo, sofrer uma interrupção no circuito das suas linhas de força, ou se a corrente elétrica que o alimenta deixar de circular, o espírito se desprende. Isso é a morte.
Entretanto, se a lesão que provocou a interrupção for sanada através de uso de aparelhagem adequada, que restabeleça o campo, o espírito, se o chamarmos, voltará e se unirá à matéria, caindo de novo sob o campo restabelecido. Para isso use-se o ectoplasma humano ou vegetal, que restabelece a parte lesada.
A morte é, pois, um defeito que pode ser concertado. Eu não digo que o homem viva eternamente, mas poderia fazê-lo ao ponto de causar inveja a Matusalém. Este não viveu mais porque o dilúvio o consumiu, mas se o homem fosse bom, as forças da natureza, em vez de destruí-lo, o preservariam ainda.

Disse-lhe o que eu penso, do ponto de vista material, mas muito mais eu poderia dizer do espiritual, indicando-lhes caminhos que até hoje a ciência jamais sonhou. Você preferiu o material. Cada um tem o que deseja...

Extraído do livro Contato Com os Discos Voadores escrito por Dino Kraspedon em 1957.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

O QUE A SOCIEDADE CIVIL E AS FORÇAS ARMADAS ESTÃO ESPERANDO?

Diante da desgraça de desgovernos petistas, que transformaram o poder público em um covil de bandidos e o país em um paraíso de patifes impunes, o bando de Collor derrubado pela vontade da sociedade, virou brincadeira de criança levada!

As contundentes vaias e xingamentos, com luzes piscando na Barra da Tijuca e em diversos locais do Brasil depois do discurso da "presidente", são mais uma clara demonstração da rejeição social para com esse desgoverno espúrio, que luta com as formas mais desonestas possíveis para se manter no poder em 2014.
 
Como uma "presidente" tem a coragem de declarar, por exemplo, em rede nacional, que os investimentos da construção dos estádios foram somente de origem privada?

TODAS as obras foram financiadas em condições generosas pelo BNDES!

Estádios públicos, construídos em áreas públicas e com dinheiro público, vem sendo reformados com dinheiro público e posteriormente serão entregues a clubes e empresas privadas para que daí tirem o seu injustificável lucro. Isso não é o papel de um líder de uma nação mas de alguém motivado por inconfessáveis motivações de um golpe para transformar o país em uma Cuba Continental.

Esta "senhora", em seu precário discernimento pensa que a sociedade somente tem idiotas a serviço dessa classe política nojenta e de seus cúmplices canalhas.

Vamos lembrar que essa tal "presidenta" foi protagonista de uma luta terrorista que nunca pretendeu a democracia, que ceifou a vida de mais de 120 civis e militares e continua sendo a leal fantoche do mais sórdido político da história do país. Obedece e se aconselha com seu guru, o retirante analfabeto e espertalhão, o patife líder, denunciado como verdadeiro chefe da gangue dos 40 que subornou o Parlamento, uma quadrilha que deveria já estar presa mas que continua livre, leve e solta por incompetência de um Poder Judiciário em estado de podridão terminal, por obra e graça do PT e de seus cúmplices, em todas as instâncias desse poder degenerado.

Por isso e muito mais essa malfadada guerrilheira travestida de "presidenta" não tem a menor condição moral de ameaçar a sociedade, em rede nacional, num discurso grotesco disfarçado de conciliação.

Mesmo que não concordemos com a promoção de destruições do patrimônio público nem de propriedades privadas como instrumentos de protesto, que condição moral tem essa "senhora" de criticar os vândalos, já que no seu tempo de luta por "transformações sociais" colocou fogo no país promovendo, juntamente com seus cúmplices, atos terroristas, sequestros, roubos a bancos e assassinatos de civis e militares – fez muito pior do que os manifestantes mais revoltados, infiltrados de bandidos, estão fazendo! 

Nada pode ser aproveitado desse discurso leviano – a não ser a preparação de um golpe –, uma verbalização da voz de uma sórdida alma terrorista que ficará na história da política, depois de manifestações em massa contra a degeneração moral do país.

Esse discurso não passa de uma peça de profunda idiotice montada por marqueteiros de plantão inspirados pelos conselhos do mais sórdido político que o Brasil já conheceu, o padrinho da "presidenta". Apenas evidencia que estamos a mercê de psicopatas degenerados e que estes vêm conduzindo a destruição política e econômica desta nação.

Foram compromissos vazios, sem vislumbre de honestidade ou sinceridade, visando uma estúpida desqualificação e esvaziamento de um movimento legítimo – muito maior do que a farsa do "Movimento Passe Livre" organizado pelo PT para atingir o governador de SP –, e para a preparação final de mais um estelionato eleitoral que es tá correndo um crescente risco de não se concretizar pela tomada de consciência do povo.

Esse mesmo povo que a assustou pois voltou a compreender que o poder público da era PT foi transformado em um covil de cândidos e que a manutenção dessa sórdida classe política no poder é autorizar em 2014 um regime fascista, comandado pelo PT e seus asseclas, para sustentar a corruptocracia.

Um discurso vazio de verdades, que não pretendeu soluções, que não tocou em nada caro à quadrilha, que pretendeu apenas preservar o status quo do seu projeto de poder perpétuo.

Um discurso que justifica um imediato – chegamos no limite da nossa paciência ordeira: CHEGA!

Forças Armadas (e amadas), está na hora de ouvir o clamor dos brasileiros patriotas, para que recuperem o nosso Brasil e nossa dignidade. Queremos uma limpeza geral nos três poderes e principalmente:

– impeachment da "presidenta" do PT, que não se comporta como "presidente" do país, mas como uma golpista com atos e motivações já amplamente divulgadas na Internet;

- cumplicidade em todos os atos dos dois desgovernos de seu antecessor e que já foram pública e sistematicamente rejeitados pela sociedade;

- transformação do poder público em um covil de malfeitores, favorecendo durante os últimos anos a criação de uma verdadeira casta de mafiosos da política e exploradores da sociedade;

- absoluta degeneração moral dos poderes da República liderados pelo fascismo do Poder Executivo;

- incompetência, desonestidade, corrupção, enganação, suborno e mentiras como instrumentos da implantação de um projeto de poder com a marca de uma corruptocracia, que pretende escravizar o país a um poder retrógrado, fascista e degenerado;

- obras inacabadas, superfaturadas, mal feitas, não fiscalizadas, cujo principal objetivo é a transformação de verbas públicas em "caixinhas", "parcerias" e subornos;

- deliberada falência da educação e criminoso abandono da saúde, da segurança e do saneamento básico;

- deterioração crescente da estrutura econômica do país com um processo de sucateamento da indústria em andamento, e a perda de competitividade internacional.

- irresponsável e inconsequente perdão de dívidas, além de empréstimos secretos a outros países ideologicamente pervertidos;

- utilização das empresas estatais para praticar um incontrolável empreguismo de meliantes do PT;

- abandono das obras de transposição do rio São Francisco, um dos incontáveis instrumentos de estelionato eleitoral;

-  um covarde estímulo à luta de classes, à invasão de propriedades particulares e à desagregação da sociedade;

- um vergonhoso assistencialismo, que custa todos os meses bilhões para os contribuintes com a clara intenção de escravizar os menos favorecidos, via manutenção da pobreza e da ignorância, às manipulações eleitorais da canalha política;

- o descontrole irresponsável e sem volta da dívida pública e da inflação;

- o intencional crescimento da máquina governamental que consome bilhões dos contribuintes de forma inconsequente. O desperdício escandaloso do dinheiro que poderia ser aplicado na saúde, na educação, na segurança e no saneamento; 

- Como reza a cartilha revolucionária, estimula a deterioração dos valores familiares com a disseminação do homossexualismo entre jovens e adolescentes em fase de formação de caráter e personalidade;

- a transformação da classe dos professores públicos não-petistas em mão de obra de segunda classe e reféns de estudantes que os agridem ou os ameaçam em sala de aula. A elaboração das cartilhas petistas de deformação moral e o aparelhamento dos conselhos tutelares que os afastam os jovens da disciplina imposta por suas famílias;
- subordinação da política externa às ordens do nefasto Foro de São Paulo,

com o país seguindo as decisões do populismo ditatorial que toma conta da América Latina; 

- covarde e sistemática perseguição e humilhação das Forças Armadas com a clara intenção de se defender da justa reação dos nossos militares à tentativa de transformar o Brasil em uma Cuba Continental; O sucateamento das instituições militares sempre foi um dos pilares dos movimentos revolucionários e descambaram em "ditaduras do proletariado". As suas consequências sempre foram banhadas em sangue dos que ousaram levantar a voz em dissidência.

Repetindo:

Por tudo isso e muito mais a tal "presidenta" não tem a menor condição moral de ameaçar a sociedade em rede nacional em um discurso disfarçado de conciliação!

O que a "presidenta", seus lacaios, e todos os seus cúmplices canalhas não perceberam ainda, é que o Brasil acordou de uma hibernação patriótica de mais
de vinte anos, imposta pela fraude de abertura democrática promovida por sucessivos desgovernos de corruptos e traidores do país. 

Que as manifestações e a greve geral organizada  mostre definitivamente a esse desgoverno espúrio que discursos levianos em rede nacional não irão adormecer novamente o país no sono dos omissos e covardes.

A hora da mudança é agora, pois o Brasil acordou do silêncio imposto pelos cafajestes da política.

Se você concordar que algo precisa ser feito. Se acredita que é chegada a hora de dar um BASTA! Ao lodo espalhado pelo PT e demais "cumpanheros", divulgue.

Edite, complemente, aprimore... mas não deixe de repassar. Faça ouvir o seu grito e permita que ele se multiplique. Esta mensagem precisa alcançar todas as redes sociais.

Isto, e o voto responsável, são os melhores caminhos para que o seu futuro e o dos seus descendentes seja de paz e tranquilidade.


Por Por Padre Humberto