terça-feira, 30 de abril de 2013

QUAL A IDEIA QUE OS ITALIANOS TEM DO BRASIL?


A imagem do Brasil na Itália

Se eu dissesse a um amigo que eu estou indo a uma viagem ao Brasil, eles iriam me dar uma tapinha nas costas com um pensamento e um sorriso maroto - dentro de si - que a minha viagem será marcada por fáceis aventuras amorosas.
Um pouco de "como ir a Cuba ou Santo Domingo”, onde o desembarque charter da Itália e outros países europeus estão cheios de solteiros que têm o único objetivo de passar as férias na companhia de garota complacentes disponível.
Uma pequena pesquisa realizada recentemente na Itália através da Internet a partir de nosso projeto em uma amostra de 150 pessoas entre 25 e 60 anos, pertencentes a diferentes classes socioeconômicas e com um diploma de ensino médio / superior, destacou que o Brasil, apesar de ser um país muito popular (todos os entrevistados foram capazes de localizar exatamente geograficamente), ainda é uma nação em alguns aspectos desconhecidos e com uma "reputação" muito baixa.
Os dados que merecem ser tidas em consideração são as seguintes:
  • Brasil é muitas vezes confundido com outros países latino-americanos. Na crença das pessoas pesquisadas, o Brasil sofre dos mesmos males dos outros países da América do Sul (principalmente Argentina e Venezuela) e, em particular, a instabilidade econômica, desvalorização da moeda, de grande instabilidade política, corrupção e altas taxas de criminalidade.
  • Para a pergunta "você pode me dizer o nome de pelo menos cinco cidades brasileiras", a maioria dos entrevistados parou em três (Rio de Janeiro, em primeiro lugar, São Paulo em segundo e a Bahia em terceiro, confundindo o Estado com o capital da Bahia Salvador). Ninguém mencionou Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre.
  • À pergunta "quais são as três primeiras coisas que vêm à mente quando se menciona o Brasil?" 90% das pessoas colocaram em primeiro lugar o Carnaval do Rio, as outras respostas foram de futebol, sol, samba, papagaios, Rio de Janeiro, café e favelas.
  • Entre as celebridades no campo da cultura, arte, política, esportes e show business teve a grande maioria das preferências apenas nomes de jogadores de futebol (Pelé, Ronaldo, Sócrates, Zico, Falcão) e alguém mencionou Senna e Barrichello. Ninguém mencionou Oscar Niemeyer, Jorge Amado, Antônio Carlos Jobim ...
  • à pergunta "programaria um feriado no Brasil com sua família ou com o seu parceiro?” 75% dos homens disseram que iram no Brasil de bom grado, mas sozinho e 85% das mulheres acreditam que o Brasil é um País muito inseguro para uma viagem com seus filhos.
  • Apenas 4% dos entrevistados sabiam o nome do novo presidente do Brasil, e apenas um em cada 150 pessoas tem conhecimento do programa "Fome Zero"
  • 60% estão cientes de que no Brasil (entendida, no entanto, como a América Latina), há imigrantes de origem italiana, mas apenas 2,8% foram capazes de chegar perto do número real dos descendentes de origem italiana no território nacional. 78% disseram que no Brasil haveria de 1 a 2 milhões de pessoas de origem italiana.
A "media" dos italianos não ajuda a elevar a imagem do País/Continente brasileiro. Pouco antes e após o fim do governo Lula, Jornais, revista e as principais redes de televisão italianas descreveram um Brasil no limiar do colapso econômico/financeiro e social.

A mais popular revista semanal italiana "Panorama" (que tem um público alvo com cultura media/alta) fez uma matéria de seis páginas intitulado "Campeões do Mundo... em falência”. E o tom dos artigos de jornal não era muito diferente.

Ao mesmo tempo, uma hora de duração especial de televisão na RAI 3 (o canal "cultural" da televisão estatal) falou com exclusividade das favelas, gangues de assassinos que matam pessoas sem motivo na rua, ao tráfico de drogas. Um quadro preocupante da pobreza, degradação e crime.

Duas semanas após, no segundo polo de televisão italiana (Mediaset), foi ao ar um documentário sobre as crianças que vivem nas ruas e se prostituem com turistas europeus e japoneses nas praias do Norte. Mais uma vez o Brasil está em “via de mão única" em primeiro lugar com as favelas, a pobreza, a fome.

Recentemente, outro programa dedicado aos países pobres e em desenvolvimento (na mesma série foram propostos documentários nos países africanos e na América Central e do Sul) tratou do tema "campezinhos".
Assim, no coletivo que ajuda a criar os preconceitos e estereótipos, o Brasil é um país grande, habitado em sua maioria por pessoas de pele escura que não funciona, um país onde é muito quente durante todo o ano, onde muito poucas pessoas - talvez nobres descendentes dos conquistadores portugueses - detém imensa riqueza e propriedades de terra, fazendo com que viva na pobreza e na ignorância a maioria da população.

Mais do que um país em pleno desenvolvimento, o Brasil é considerado quase um país de terceiro mundo, onde não há tecnologia, onde as crianças não vão à escola e passam o dia todo nas ruas, um país onde as universidades são raras e frequentadas apenas pelos mais ricos.

Os dados são muito graves, a nosso ver, é que quando se trata de Brasil, sempre prevalece à imagem mais negativa da maioria das pessoas neste país. Isto é, se por um lado fala-se só da fome, da pobreza, do crime, das drogas e da criminalidade, por outro lado nós falamos apenas sobre o Carnaval com festas incríveis que duram por dias, sem interrupção. Esta é a imagem do Brasil na Itália hoje.
E tudo isso não prejudica apenas o turismo, mas também, acima de tudo, as relações comerciais, o comércio, os investimentos de empresas italianas no território brasileiro, o deslocamento de empresa e principalmente, a confiança.
Quando fazemos estas considerações, os pensamentos se voltam também para a Itália, que viveu durante muito tempo uma situação similar. Pizza, bandolim, spaghetti, tarantella e a máfia são os epítetos que identificaram italianos em grande parte do mundo, até alguns anos atrás. Também neste caso, foram preconceitos antigos, difíceis de superar. Os norte-americanos nos chamam de “macarrão” num sentido depreciativo.
Hoje, felizmente, a situação mudou muito e Itália goza de outra imagem internacional, que está ligado à cultura do bom comer e beber, a beleza arquitetônica, a história de mil anos, a cultura, as grandes marcas de moda, aos carros Ferrari... Mas levou um longo tempo...
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Claro, o Brasil tem sérios problemas a serem superados. No entanto, o presidente Lula tem demonstrado tê-los bem claro, foi demonstrado que não quer esconder do mundo e, portanto, tem implementado vários projetos para tentar mudar as coisas.
Mas o Brasil não tem apenas problemas. O Brasil também tem outro lado que é absolutamente desconhecido, pelo menos na Itália, porque é como se o lado positivo tivesse sido ofuscado pela negativa que certamente torna mais incursões entre o público.
Alguns exemplos? O grande sucesso que tiveram no mundo das canções de Antônio Carlos Jobim e que foram interpretados pelos maiores artistas (desde Frank Sinatra a Ella Fitzgerald), não são identificados imediatamente com o Brasil. Jobim é um branco e sua música bossa nova é extremamente refinado e elegante. Ele não pode ser um produto brasileiro! Assim como podem ser formas tão elegantes e sofisticados de Oscar Niemeyer ou os romances de sucesso de Paulo Coelho.
No entanto, eles são apenas três exemplos de outro Brasil, a parte que não é conhecido e é necessário para descobrir.
O que você realmente faz, a fim de definir uma nova imagem, diferente e positiva deste grande país?
Nós pensamos que precisamos de uma enorme operação de marketing por parte das autoridades brasileiras, que também têm suas responsabilidades, se até agora continua consolidada, na opinião pública, como negativa.
E acreditamos que o papel mais importante nisso, é dos italianos naturalizados brasileiros e dos brasileiros de origem italiana, que muito ajudaram a fazer grande o seu país de adoção e que agora ocupam papéis de destaque no mundo dos negócios, na política, nos esportes e na cultura.
Isto não é para subestimar o valor e a importância dos outros grupos étnicos, mas é um fato que os brasileiros de origem italiana tiveram e têm um papel muito importante no desenvolvimento do Brasil. Não é por acaso, que até seis ministros do Governo Lula, tem sobrenomes italianos.
Vamos para a "média" de como muitos italianos são, onde vivem, o que fazem ... Entendemos que os brasileiros o de origem italiana, é no mundo, a maior comunidade, mas mais especialmente a relacionada com a terra de origem. Contaremos histórias de sucesso e haverá um sucesso imediato na opinião pública italiana.
Há uma família no norte da Itália, que tem em sua história passada na emigração...
Criando esta identidade e este forte impacto emocional será mais fácil de passar, pelo menos na Itália, a imagem positiva do Brasil e finalmente derrotar preconceitos e estereótipos.

Autor: Paolo Meneghini

Fonte: Pomobrasil




Um comentário:

  1. O Brasil pode ser tudo isso, mas infelizmente a Itália com toda sua evolução tem o Berço da maior mentira do planeta. tem Roma como um Pais dentro da Itália.... e logo vamos libertar o Brasil deste erro também, pois a Religião, vai cair aqui no Brasil....

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