segunda-feira, 1 de abril de 2013

COMO DEFENDEMOS AS NOSSAS IDÉIAS?



Escrito por Magno Oliveira. Em 12 / 02 / 2011
           

            Somos máquinas biológicas dotadas de um computador central, ao qual chamamos de cérebro ou mente humana.
             Esse computador recebe dados dos cinco sentidos (visão, audição, olfato, gustação e tato), que podemos chamar de sensores biológicos.
            Desde a gestação, as características do processador (ou personalidade) desse computador, começam a serem formadas devido a fatores como sistema biológico e emocional materno, tipo de nutrição recebida, como também fatores externos. E vai se aperfeiçoando após o nascimento, de acordo com o ambiente em que convive.
            As primeiras informações enviadas pelos sensores são de grande importância na formação da memória (lembranças) desse computador, que depois de analisadas pelo processador, servirão de base para novas informações, fazendo com que o computador ao receber novas informações, selecione o que é bom ou ruim, criando situações de relaxamento, alerta ou defesa, para proteger a si próprio ou toda a máquina biológica.
            Quando uma informação tem pouco, ou nenhum conflito, com o que já é de conhecimento, cria-se um estado de relaxamento, ou seja, é aceitável e vai para um arquivo, o subconsciente, onde é praticamente esquecido.
            Quando uma informação é bastante conflitante com o que já foi formado como realidade, mas é reconhecida como possível, cria-se um estado de alerta e é enviada para um arquivo de possibilidades, no qual fica a espera de novas informações que possa validá-la ou refutá-la.
            Mas se uma informação é altamente conflitante e reconhecida como improvável, cria-se um estado de defesa, no qual ela é descartada de imediato para não danificar o processador, até que novas informações tidas como prováveis, venham futuramente elevar essa informação para o nível de provável. Dependendo do impacto dessa informação, ele pode travar (desmaio), sendo necessário reiniciar.
            As nossas ideias sobre a realidade vão sendo formadas com o que aceitamos como verdades ou possíveis verdades ao longo da vida, nossa mente pré-determina o que podemos aceitar ou não de acordo com a nossa personalidade, isso determina o nosso tipo de crença, sendo impossível que alguém, ou alguma instituição, consiga modificar o raciocínio de um indivíduo, sem que a mente dele não aceite isso como possível.
            Quando falamos em crença, para a maioria das pessoas, vem logo o conceito religioso. Mas em filosofia, mais especificamente em epistemologia, crença é uma condição psicológica que se define pela sensação de veracidade relativa a uma determinada ideia a despeito de sua procedência ou possibilidade de verificação objetiva. Logo pode não ser fidedigna à realidade e representa o elemento subjetivo do conhecimento.
            Tomando alguns exemplos, vamos começar citandos os crentes religiosos e como é de praxe citaremos os cristãos.
            Desde que a sua mente determinou que a Bíblia Cristã, é a verdade imutável, ele não vai colocá-la a prova. E quando recebe qualquer informação que seja altamente conflitante com o que é dito na Bíblia, ele simplesmente cria um estado de defesa, dizendo que é impossível, pois a Bíblia não confirma isso. Ele só mudará essa ideia, se uma sequencia de informações prováveis, começarem a fazer com que ele coloque em dúvida o que tinha como realidade.
            No caso do ateu, desde que a sua mente determinou que é impossível a existência de qualquer divindade, ele não aceitará nenhuma informação contrária. Só mudará de ideia se tiver alguma experiência pessoal, seja por fatores externo, ou a própria mente criando algum tipo de alucinação, fazendo com que não tenha mais tanta convicção no que acreditava.
            A mente do crente no método científico adota toda publicação em periódicos científicos como verdadeira, pois para ela, se um corpo de cientistas já atestou que é verídico, não é possível uma contestação. Só mudará de ideia se uma informação científica conflitar com alguma de suas lógicas pré-determinadas.
             Às vezes, alguns indivíduos passam por todos esses três estágios, chegando ao que chamaríamos de cético filosófico. Nesse estágio a sua mente condiciona que não é possível conhecer a verdade. Não se contenta com a informação fornecida atualmente pelos meios públicos. Busca sua realidade cruzando as informações obtidas no decorrer da sua existência, processando-as com a sua lógica e o seu próprio raciocínio.
                Esse indivíduo estará em permanente busca pela verdade, sempre buscando informação das mais variadas fontes. Sua mente sempre estará inquieta processando informações, até que um dia consiga chegar à condição de iluminada, elevando-o a condição de gênio, ou entrar em pane transformando-o num louco.
            Nenhum ser humano pode se orgulhar de ser totalmente imparcial no que diz respeito à análise de uma informação. Tendo a sua mente uma ideia pré-determinada, ele fará sua análise baseada no que, para ele, é tido como realidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário