terça-feira, 12 de março de 2013

O QUE É UMA FALÁCIA?

Na lógica e na retórica, uma falácia é um argumento logicamente inconsistente, sem fundamento, inválido ou falho na capacidade de provar eficazmente o que alega. Argumentos que se destinam à persuasão podem parecer convincentes para grande parte do público apesar de conterem falácias, mas não deixam de ser falsos por causa disso.
Um bom exemplo de falácia está nos argumentos dos que defendem o Estatuto e as campanhas de desarmamento, como por exemplo, o Presidente da ONG Viva Rio, o Sr. Antônio Rangel. Vamos analisar alguns argumento que ele expôs nesse debate com o Cel. Paes de Lira.
O primeiro argumento, foi quando questionado sobre o resultado do referendo, ele diz que “as pesquisas que foram feitas a partir do referendo,demonstraram que a população votou, não pelas armas. Tanto que nunca se vendeu tão poucas armas no Brasil. Há uma queda de 80% na compra de armas no Brasil, o brasileiro votou para não perder o direito de comprar armas”.
Na questão das pesquisas logo após o referendo, ele não cita as pesquisas e nem as fontes para que sejam verificadas. Já no tocante a queda nas compras de armas, ele não esclarece que, devido a imensa dificuldade imposta pelo governo, a aquisição de uma arma, de maneira legal, tornou-se inviável para aqueles que almejavam isso e também não cita a quantidade de pedidos de compra e registros que foram negados pela policia federal com base na efetiva necessidade. Portanto a queda na compra de armas, não foi uma decisão da população, mas uma impossibilidade que a Lei impôs.
De uma maneira apelativa, o Sr. Rangel argumenta que uma população que passou vinte e um anos sob uma “ditadura”, não iria querer perder nenhum direito. Em seguida diz que a atual Lei de controle de armas é admirada no mundo inteiro.
Vamos deixar claro que o Brasil não teve Ditadura Militar, teve Regime Militar, o que são coisas muito diferente (esclarecerei isso em outro post). Não existe essa admiração mundial pela Lei de controle de armas no Brasil, o que existe é um grupo tentando impôr o desarmamento a nível mundial com intenções obscuras, iniciado pela ONU, que depois de analisar melhor, chegou a conclusão de que as armas nas mãos da população ordeira, não tem nenhuma influência com o aumento da violência, muito pelo contrário, tem um efeito positivo na redução da mesma. (Recomendo a leitura de A Farsa do Desarmamento do Blog do Ambientalista.)
Quanto a eficácia do desarmamento, que seria a redução de homicídios, ele cita que houve uma redução de 8% no número de mortes por armas de fogo nos anos subseqüentes. Sim, houve uma pequena queda no número de mortes por armas de fogo, mas houve um aumento no total de homicídios, o que significa que a violência não diminuiu. Mas para o Sr. Rangel o que importa é a maneira como a vítima foi executada, como se uma morte por um projétil fosse pior que uma morte por arma branca. Também não cita o aumento de outros crimes como latrocínio, assaltos a bancos, tráfico de drogas, invasões de residências, estupros e etc, que foram incentivados, pela certeza de que a população estava indefesa
Para justificar o desarmamento, ele cita que três países que implantaram o desarmamento foram bem sucedidos, mas da exemplos de apenas dois, Inglaterra e Austrália, o terceiro seria o Canadá.
Na Inglaterra, o número de crimes triplicaram. Na Austrália, o que reduziu maciçamente, foram os suicídios por armas de fogo (80%), mas a redução no número de homicídio foi insignificante. O Canadá ele não seria bobo de citar, pois os canadenses percebendo o erro, voltaram atrás e hoje praticamente não se tem controle de armas nas mãos do cidadão honesto.
Entre outras falácias que expõe como argumento, ele cita a ineficácia de uma arma para defender uma pessoa do seu agressor e diz categoricamente: Todos os que reagem morre!
Se tomarmos o Brasil como exemplo, eu diria que o Sr. Rangel tem uma certa razão, pois se reagir e sobreviver ao ataque do criminoso, corre um sério risco de morrer de enfarte, porque além da população estar indefesa, quando se consegue reagir e matar o criminoso, o estado entra com a sua rigidez no “cumprimento da Lei” punindo a vítima, negando-lhe o direito a legítima defesa; no caso da vítima apenas afugentar o criminoso, utilizando uma arma de fogo que não esteja legalizada, ao invés do aparato policial ir na perseguição do meliante, simplesmente prende a vítima, transformando-a em réu. (Dois exemplos que estão nas páginas policiais, a idosa do RS e o empresário em Sorocaba SP). Mas ao contrário do que o Sr. Rangel afirma, a maioria das reações são bem sucedidas, só que isso não é mostrado nos noticiários.
Aqui ele diz o seguinte: "40% dos casos de homicídio, são causados por motivos fúteis como ciumes (crimes passionais), brigas de trânsito, brigas de vizinhos, brigas em boates, empregado que é despedido e mata o patrão e acidentes com armas". Portanto, "cidadão de bem matando cidadão de bem, em um momento de descontrole".
Essa afirmação, para quem não tem conhecimento, torna-se muito válida para ser a favor do desarmamento, mas ele omite que essa porcentagem é apenas dos 8% dos casos em descobre-se a autoria do crime e mesmo assim, apenas 3% dos autores vão a julgamentos. Nos 92% dos casos de homicídios, não se conhece o autor e muito menos o motivo, apenas, devido as investigações, deduzem qual seria o motivo e que a grande maioria desses homicídios, teriam como causa o latrocínio, tráfico de drogas e queima de arquivo.
Para finalizar, ele afirma que o estatuto do desarmamento foi criado de maneira democrática e ainda acusa que 29 deputados receberam um milhão e meio das industrias de armas para derrubarem esse estatuto.
O estatuto do desarmamento foi elaborado as pressas sob forte comoção nacional e aprovado na noite de 22 / 12 /2003 por voto simbólico, não houve um estudo sério sobre o impacto dessa lei na sociedade, não foi ouvida a opinião de nenhum especialista em segurança pública, mobilizou a mídia para divulgar somente o que seria os benefícios dela, mesmo não tendo base para o que afirmavam, influenciando a população que não tinha conhecimento do impacto maléfico que poderia trazer a sociedade, chegando a uma aprovação popular de mais de 80%.
Mas quando começaram as campanhas para o referendo, mesmo a parte que defendiam a proibição, tendo todo o apoio do governo e mídia, um pequeno grupo que defendia o direito a legitima defesa, sem nenhum apoio, começou a mostrar a outra realidade com argumentos baseados em fatos, dados e estatísticas, a população pode ver que essa lei era apenas um engôdo e o resultado foi que 63,94% votaram pelo direito de poder possuir armas. Esse direito continua sendo negado pela imposição das dificuldades a que é submetido o cidadão que quer fazer valer esse direito. O que tem de democrático nisso?
Quanto a acusação sobre os 29 deputados,
terem recebido um milhão e meio das industrias de armas para derrubarem o Estatuto do Desarmamento. a câmara deveria convocar o Sr. Rangel para que ele mostrasse as provas da sua afirmação.

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